Os israelitas cativos no Egito queriam o alívio para o sofrimento, mas nunca pediram para sair do país. Deus, porém, tinha um plano ainda melhor: levá-los à Canaã.  Da mesma forma, o que Jesus nos oferece não é simplesmente uma vida melhor, mas uma vida nova. Não é apenas reforma, mas uma transformação profunda. O evangelho não nos promete boa vida neste mundo, mas uma morada celestial. O que o Senhor tem para nós é muito mais do que tudo que possamos pedir ou desejar. 

Um só dia seria suficiente para Deus tirar o seu povo do Egito, mas foi preciso muito mais do que isso, pois ele tem tempos, propósitos e métodos determinados, que muitas vezes não compreendemos. Queremos resultados imediatos, mas costumamos desprezar os processos. 

As dez pragas mostram modos totalmente diversos daqueles que poderíamos imaginar. Assim também, os fatos dos últimos dias, previstos no Apocalipse, são incompreensíveis à mente humana. 

Durante as pragas no Egito, Deus manifestou o seu poder, a sua ira e a sua misericórdia, como tem feito ainda hoje. 
A última praga, a morte dos primogênitos, poderia afetar todas as famílias. O anjo da morte poderia entrar em qualquer casa e matar o filho mais velho. Como os israelitas poderiam se proteger daquele mal?

Não seria suficiente orar e jejuar, embora isto seja importante. O livramento não ocorreria pelo fato de serem descendentes de Abraão, ou por serem pessoas boas e caridosas. A proteção estaria em ouvir a Palavra de Deus dada a Moisés, crer nela e obedecer.
A obediência envolvia: sacrificar o cordeiro, passar o sangue na porta, ficar dentro de casa e comer a carne do animal sacrificado (Êxodo 12).

Aquele ritual recebeu o nome de páscoa, tornando-se uma festa anual, comemorada pelos judeus até hoje, como uma celebração familiar. Naquela época, quando Israel ainda não tinha um templo, cada casa tornou-se um santuário. 

O sangue na porta seria um testemunho exterior diante dos homens e dos anjos. Comer a carne do cordeiro seria um comprometimento pessoal com a sua morte, como acontece hoje na ceia do Senhor. Os israelitas deveriam fazer aquela refeição em estado de alerta, com suas roupas no corpo, cajados nas mãos e sapatos nos pés, ou seja, preparados para a partida. Naquela mesma noite, o povo de Deus saiu do Egito. 

Aquela história é uma das mais lindas figuras da nossa salvação. Jesus, o Cordeiro de Deus nos livrou do anjo da morte. Foi numa páscoa que Cristo morreu e ressuscitou. Fomos livres do inimigo que nos escravizava. Estamos salvos e protegidos pelo sangue. Estamos prontos, aguardando que ele nos chame e nos conduza à Nova Jerusalém, nossa pátria celestial. 

Imagem: Internet